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Anedota nº 1308
Num favelão, dia de sol, calor infernal.
Três homens entram num barraco pequeno, quente e húmido, arrastando um rapaz magrinho e franzino pelos braços.
Lá dentro o Djalmão, um negão enorme, muito suado, fedendo, cara de enjoado, palito no canto da boca, limpando as unhas com um facão de cortar coco.
Um dos homens diz:
Djalmão, o Chefe mandou você dar uma enrabadinha nesse cara aí.
Disse que é pra ele aprender a não se meter a valente com o pessoal da favela.
A vítima grita de desespero e implora por perdão.
Mas o Djalmão apenas rosna, ignorando os lamentos do homem:
Pode deixar ele aí no cantinho, que eu cuido dele daqui a pouco.
Quando o pessoal sai, o rapaz diz:
Sr. Djalmão, por favor, não faz isso comigo não, me deixa ir embora,
eu não digo prá ninguém que o senhor me deixou ir embora sem a punição.
Djalmão disse: - Cala boca e fica quieto aí.
Cinco minutos depois chegam mais dois homens arrastando um outro:
O chefe mandou você cortar as duas mãos e furar os olhos desse elemento aí. É pra ele aprender a não roubar dinheiro das "bocas de fumo" e nem botar olho grande, no que é dos outros.
Djalmão, com voz grave:
Deixa ele aí no cantinho que eu já resolvo.
Pouco depois chegam os mesmos homens, arrastando outro pobre coitado:
Djalmão, o chefe disse que é pra você cortar o bilau desse cara aqui, pra ele aprender a não se meter com a mulher do chefe. Ah! Ele falou ainda pra você cortar também a língua dele e todos os dedos das mãos, para não haver a menor possibilidade dele bolinar mulher nenhuma na favela, tá?
Djalmão, voz mais grave ainda:
Já resolvo isso. Bota ele ali no cantinho, junto com os outros.
Os homens saem do barraco, e o primeiro rapaz entregue aos cuidados do Djalmão diz, com voz baixa:
Seu Djalma, com todo o respeito eu sei que o senhor é um homem muito ocupado, e eu estou vendo que tem muito serviço. Eu só queria lembrar, para o senhor não se confundir, eu sou o da enrabadinha, tá?
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