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Fábricas de Cerâmica

Fábrica de Miragaia


A Fábrica de Miragaia nasceu em 1775, tendo por seus fundadores, João da Rocha, comerciante emigrado na Baía, e seu sobrinho João Bento da Rocha, naturais de Arcos de Val-de-Vez.

A direcção da fabrica ficou a cargo do Mestre Sebastião Lopes Gavicho. Assim, com estes homens inicia-se uma verdadeira "dinastia" de industriais cerâmicos que ficaram conhecidos por os " Rocha de Miragaia". Estes introduziram inovações no sector, como a produção de louça em formas (1827-1830) e chegaram mesmo a explorar, em determinados momentos, as fábricas concorrentes: Massarelos (1819-1833), Santo António de Vale da Piedade (1825-1844) e a do Cavaquinho (1845).

A fábrica ocupava uma área bastante extensa, sendo construída na Rua da Esperança, contígua à igreja de S. Pedro de Miragaia, laborando durante 77 anos, sendo que a sua actividade apenas foi interrompida durante as invasões francesas e, posteriormente, no período das lutas liberais.

Durante a sua existência são dignos de referência três períodos de fabrico desta fábrica:

O 1º período enquadra os anos de 1775 a 1827 sendo considerado como o período áureo da fábrica, onde se trabalhava com decorações a azul e castanho, tipo "Rouen", outras com fundos amarelos e decorações policromas.
Durante 1827 até 1840, já em pleno 2º período, é de denotar uma maior industrialização da fábrica.

A produção adopta o uso de formas e a faiança é do tipo inglês com pintura monocroma azul sobre decalque, obtido pelo processo de gravura em cobre.

Em 1829, Francisco da Rocha Soares relega a seu filho, a fabrica e consequentemente o controlo do mercado da louça na cidade não só por ter tomado conta das principais fábricas concorrentes como por, entre 1845/48 ter congregado as demais em uma única organização.

Ainda durante este período estabeleceu um depósito de venda de louça, na Rua da Esperança, com a participação das fábricas do Carvalhinho, Fervença, Fontinha, Monte Cavaco e Vale Piedade.

O último período refere-se aos anos de 1840 a 1852 culminando com a falência e encerramento da fábrica devido ao envolvimento político de Francisco Rocha Soares filho, liberal militante, na Guerra Civil.

 

 

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