O Vinho do Porto é conhecido internacionalmente como o néctar dos deuses. O seu paladar suave, encorpado e doce é a bebida escolhida para apadrinhar as mais diversas comemorações, não faltando em nenhuma casa portuense.
O Vinho do Porto é produzido na região demarcada dos vinhos do alto douro.
Muito embora esta Região demarcada nunca tenha existido, os homens tiveram de a inventar para protecção deste milagre que é o Vinho do Porto.
Assim o deserto árido, coberto de mato e arbustos, deu lugar a uma das mais fascinantes paisagens humanizadas de Portugal e do mundo.
É nas encostas sobranceiras e nos vales que penetram para o interior a partir das duas margens do rio Douro que se geram os vinhos, de que resulta o requintado, apetecido e «generoso» duriense.
O reconhecimento da sua essência data do ultimo quartel do século XVII, quando viajantes e comerciantes, principalmente de origem inglesa, se aperceberam das características singulares dos vinhos produzidos na região. Vinhos doces e densos começaram a ser exportados e o seu cultivo foi fortemente incentivado.
Em 1703 o Tratado de Methwen impulsionou de tal forma o desenvolvimento da viticultura duriense, assegurando um amplo mercado e bons preços. Foram plantadas vinhas por todo lado, levantando com esforço colossal os socalcos ou geios, nas encostas, dando a imagem de uma gigante escadaria, rio acima, trazendo pessoas que se aglomeraram em pequenas aldeias, e, grandes proprietários que ali criaram quintas de perder de vista com o intuito de lucro fácil.
Todo este desgoverno, toda esta anarquia, fizeram cair a qualidade do precioso vinho, o que levou o Marquês de Pombal a fundar, em 1756, a Companhia Geral das Vinhas do Alto Douro, dando-lhe poderes quase monopolísticos, impondo assim a disciplina.
Em 1834 foi restabelecida a liberdade do comercio vinícola, recebendo a sua produção grandes estímulos.
Mas o século XIX trouxe consigo o flagelo e a miséria a milhares de famílias, foi o mais dramático período de crise de que há memória para os vinhos do Douro, contudo o vinho fino, como é denominado pelos portuenses, manteve-se inalterável, com as suas características ímpares e o seu prestigio inabalado, tanto no mercado interno como no mercado internacional, o que justificou mais uma vez o ajuste da regulamentação de qualidade a que é sujeito e que lhe deram e continuam a dar um dos lugares mais altos no quadro da exportação portuguesa.
Falar do Porto é falar do néctar que através do seu nome deu a conhecer não só uma das pequenas maravilhas da região mas a própria região e o país.