A história da W & J Graham’s estende-se por três séculos, ao longo dos quais esta prestigiada empresa produtora de Vinho do Porto se tem mantido como uma empresa familiar independente. A história da Graham’s é a história de duas famílias, ambas de origem escocesa – os Graham e os Symington – cujo empenho na produção de vinhos memoráveis granjeou à Graham’s a reputação de líder na produção de Vinhos do Porto Vintage de excepção.
A W & J Graham’s foi fundada no Porto, a segunda maior cidade de Portugal, em 1820, por dois irmãos, William e John Graham. A família Graham possuía já interesses comerciais não apenas na sua nativa Escócia, mas também na Índia. O sucesso dos seus negócios fez com que fossem descritos por um historiador contemporâneo como estando “entre os grandes comerciantes da Grã-Bretanha.” Os irmãos formaram a sociedade W & J Graham & Co. com o objectivo de se especializarem na produção dos melhores Vinhos do Porto. Concentraram toda a sua energia e recursos consideráveis na prossecução deste objectivo.
Ao longo do século XIX, a Graham’s foi consolidando a sua posição, atingindo uma posição sem paralelo como empresa produtora de Vinhos do Porto de grande qualidade. Em 1980, a Graham’s tornou-se uma das primeiras empresas de Vinho do Porto a investir nas vinhas do Douro Superior, com a aquisição da famosa propriedade Quinta dos Malvedos. Fazendo uso do vasto conhecimento do vale do Douro adquirido nos anteriores setenta anos, a família Graham escolheu um local ideal para plantar uma vinha; uma excelente exposição a Sul, composição do solo excelente, bons declives que facilitam a drenagem e uma localização perfeita na serra, onde construíram uma das mais encantadoras casas de todas as grandes quintas do Douro. Desde então, a Quinta dos Malvedos tem sido reconhecida como uma das mais belas “Quintas de Rio” do vale do Douro, continuando a qualidade dos vinhos a ser decisiva para a reputação da Graham’s como uma das principais empresas produtoras de Vinho do Porto Vintage de qualidade excepcional.
Um testemunho adicional do crescente sucesso da empresa foi a construção de um novo e magnífico armazém, também em 1890, para o armazenamento e a maturação dos vinhos da empresa nas melhores condições possíveis. O edifício (caves da Graham’s) foi construído numa escala impressionante: as suas robustas paredes de granito armazenam actualmente mais de 3.500 pipas de Vinho do Porto, bem como muitos balseiros de carvalho de grandes dimensões e extensas garrafeiras de Porto Vintage. Construídas num local dominante de Vila Nova de Gaia, a curta distância do oceano Atlântico, as caves da Graham’s possuem vistas magníficas da zona histórica da cidade do Porto, na outra margem do rio Douro. O clima temperado marítimo é ideal para o lento envelhecimento do Vinho do Porto.
Entretanto, a Graham’s continuou a estreitar laços com os proprietários de numerosas quintas que, tradicionalmente, forneciam uvas à empresa desde a sua fundação. Estas relações, alicerçadas na confiança e respeito mútuos, sustentaram a consistência de qualidade que permitiu à Graham’s alcançar a sua elevada reputação. Henry Vizetelly, autor da obra “Facts about Port and Madeira”, um dos livros mais precisos e completos sobre o Vinho do Porto do século XIX, dissipa qualquer dúvida sobre o profundo conhecimento da Graham’s sobre as vinhas do Douro e a sua posição de liderança como empresa produtora de Vinhos do Porto da mais elevada qualidade. Vizetelly escreveu, em 1877: “Em direcção a leste… existem várias quintas contíguas, todas elas produzindo colheitas de elevada classe, adquiridas há muitos anos pelos senhores W. e J. Graham, da cidade do Porto... Muitas das melhores quintas do Douro Superior estão concentradas nesta zona.”
A Graham’s produziu uma sucessão de magníficos Vintages, todos marcos na história do Vinho do Porto, 1908, 1912, 1924 e 1927, seguidos do monumental 1945 e do lendário 1948, que confirmaram a Graham’s como um dos nomes mais requintados do Vinho do Porto.
Mais de meio século depois de ter sido produzido o Vintage de 1948, Jancis Robinson, MW, escreveu em 4 de Janeiro de 2005: “Ainda me sinto inebriada daquele que foi, provavelmente, o melhor vinho que tive a felicidade de provar durante as férias – uma bem conservada garrafa de GRAHAM 1948… Estava sublime… Era um Porto corpulento, arrebatador, eloquente, discursivo, cheio não apenas de violetas, alcaçuz e ameixas secas, mas também de uma textura e vitalidade ímpares. Tudo parecia estar em perfeito equilíbrio e, no entanto, não me surpreenderia que ainda melhorasse nos próximos 20 a 30 anos.”
Foi esta herança de excelência que foi transmitida de uma família para outra quando, em 1970, a família Graham vendeu a empresa à família Symington, a qual lhe adicionou a sua própria e notável herança no comércio do Vinho do Porto.