A Câmara Municipal do Porto aderiu à Rede Social, tendo já encetado um conjunto de contactos com algumas entidades no sentido de, posteriormente, serem estabelecidas parcerias de trabalho na área da coesão social. Matilde Alves, vereadora da Habitação e Acção Social, adiantou ao JANEIRO que, neste âmbito, há a ideia de implementar uma espécie de educadores sociais, “alguém que ajude as pessoas a encontrar linhas mestras para elas próprias conduzirem a sua vida”.
A decisão da autarquia em aderir à rede social prende-se com a percepção de que é importante “ajustar as necessidades e criar uma rede social justa que seja exequível onde é precisa”. Importa explicar que a Rede Social materializa-se a nível local através da criação das Comissões Sociais de Freguesia e dos Conselhos Locais de Acção Social, constituindo plataformas de planeamento e coordenação da intervenção social, respectivamente, a nível de freguesia e concelhio. Conforme adiantou, os contactos já realizados permitirão que em breve as diversas instituições que prestam trabalho nesta área passem a funcionar em parceria e não haja uma duplicação de tarefas. “Se racionalizarmos os recursos gerimos melhor a questão porque o objectivo é o mesmo”, afirmou, acrescentando que para já a autarquia está numa fase de adesão, de identificação do problema para, depois criar uma “verdadeira justiça”.
Problemas nos bairros
Segundo adiantou Matilde Alves, uma das ideias já existente, ainda que num estado embrionário, relaciona-se com os problemas vividos sobretudo nos bairros sociais. “Os problemas principais têm um enfoque muito importante nos bairros sociais que é onde vivem muitas pessoas com famílias desestruturadas, dificuldades económicas, uma dependência estatal em termos de subsidios muito grandes. Se calhar não é culpa delas, mas nunca se fez nada para que entendessem que o bem comum tem de ser mais importante do que uma resolução de uma necessidade imediata”, afirmou, realçando a importância de “implementar uma espécie de educadores sociais”.
Diferença
Educadores//assistentes
A vereadora faz questão de traçar a diferença entre educadores e assistentes sociais. “Não quero que se preste assistência social, quero que se reeduque”, afirmou, acrescentando que o facto de nos últimos anos não ter diminuido o problema apesar do trabalho de assistência social leva a crer que é necessário “reeducar esta gente que não teve acesso a um conjunto de regras e de normas”. Sem se tratar, para já, de algo definitivo, a autarca equaciona a criação de uma equipa com pessoas de várias formações, que possam dar apoio e elaborar um plano.