A Associação dos Proprietários da Urbanização Vila d’Este, em Gaia, pediu que a segunda fase do Metro do Porto contemple o prolongamento da linha amarela até esta urbanização, que tem mais habitantes que muitas cidades portuguesas. “A direcção da associação apela aos académicos, técnicos e políticos para que não excluam Vila d’Este no próximo prolongamento da linha amarela e que trabalhem num sistema integrado para o sucesso do metro nesta urbanização”, refere um comunicado enviado à Lusa. Este documento surge na sequência da apresentação de um estudo sobre a segunda fase do Metro do Porto, que aponta para uma elevada procura deste transporte na extensão a sul da linha amarela, que termina actualmente na estação João de Deus, na Avenida da República, em Gaia. O inquérito à mobilidade, oferta/procura e simulação do prolongamento daquela linha a Vila d’Este refere que, “na rede que está em estudo, os troços mais carregados em termos de volume de passageiros são a extensão da linha amarela a sul, Laborim e Vila d’Este”.
A Urbanização de Vila d’Este, onde moram cerca de 17 mil pessoas, é uma das áreas com maior densidade populacional no distrito do Porto, tendo mais residentes do que cerca de oito dezenas de cidades portuguesas. Globalmente, a urbanização tem 109 edifícios distribuídos por 18 blocos, num total de 2.085 habitações e 76 espaços comerciais. No entanto, apesar de representar mais de metade da população total da freguesia de Vilar de Andorinho é servida, em termos de transportes públicos, apenas pelos autocarros da STCP e de uma empresa privada. Para a associação de proprietários, o prolongamento da linha de metro até à urbanização “é inovador, viável, sustentável e um serviço público”, além de contribuir para a redução das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera.
Câmara de Gaia apoia extensão
O vice-presidente da Câmara de Gaia, Marco António Costa, manifestou-se favorável à extensão da linha do Metro do Porto até à Urbanização de Vila d’Este, que tem mais habitantes que muitas cidades portuguesas. “Os estudos recentemente divulgados revelam que Gaia é um território fértil para o desenvolvimento do metro. No caso de Vila d’Este, o prolongamento da linha, além de servir a população daquela urbanização, permitirá apoiar o actual e o futuro centro hospitalar e o Media Park, nas instalações da RTP”, afirmou o autarca, em declarações à Lusa. Na perspectiva de Marco António Costa, o prolongamento da Linha Amarela (Hospital S. João/João de Deus) até Vila d’Este resultará “num serviço importante em termos de procura”.
O vice-presidente da Câmara de Gaia salientou ainda, relativamente à expansão da rede de metro no concelho, que os estudos divulgados apresentam “índices de procura que asseguram a consistência económica do projecto”. “Gaia é o terceiro concelho mais populoso do país, o que faz com que qualquer extensão do metro seja um serviço público”, frisou. Marco António Costa revelou, por outro lado, que aguarda para breve a entrega do relatório do estudo que a Parque Expo está a elaborar sobre o futuro Interface de Laborim, que vai integrar a rede do Metro do Porto. Este interface, que terá estacionamento para veículos de transporte público de passageiros e para veículos privados, além de uma grande estação do metro, vai assumir-se como o principal pólo na parte sul da rede, como contraponto ao papel que a estação da Trindade, no Porto, desempenha na parte norte.