Filho de D. João VI e de Carlota Joaquina, D. Pedro nasceu em Queluz, no ano de 1798, numa época de grande agitação política, em consequência da divulgação das ideias liberais da Revolução Francesa. Ainda criança, teve de ir com sua família, quando esta se retirou para o Brasil, devido à invasão de Portugal pelas tropas napoleónicas. Em 1821, D. João VI regressou a Lisboa e D. Pedro ficou como regente, tornando-se depois Imperador do Brasil em 1 de Dezembro de 1822. Com a morte do pai, D. Pedro viria a ser Rei de Portugal, tendo manifestado as suas concepções políticas, outorgando a Carta Constitucional a 29 de Maio de 1826. D. Pedro torna-se o herói das lutas liberais, o paladino da viragem política, quando venceu D. Miguel e os partidários do Absolutismo na guerra civil que então se travou. Nesta guerra, o episódio principal foi o cerco do Porto, onde os Liberais de D. Pedro, ajudados pela população portuense, conseguiram vencer os ataques das tropas miguelistas até à vitória final, em Maio de 1834.
No fim do mesmo ano, D. Pedro faleceu.
"Dum modo geral, os heróis do Liberalismo tiveram a sua glorificação, por meio de monumentos que lhe foram erguidos. Quer o Porto, quer Lisboa, ergueram a D. Pedro IV, estátuas na sua Praça Principal. Em ambas, o Rei exibe a ""Carta Constitucional"". Em ambas o Rei simboliza a vitória do ""Liberalismo"". Em ambas, se manifesta a vitória das populações burguesas sobre a facção ""Absolutista"". "
Se Lisboa ergueu uma estátua a D. Pedro IV, o Porto, por maioria de motivos, teria também de o glorificar. E efectivamente, a estátua da Praça da Liberdade, antecedeu a do Rossio. Pois a Câmara Municipal do Porto assinou o contrato com o escultor Anatole Calmels em 1862 para a criação da estátua que viria a ser inaugurada, em 19 de Outubro de 1866, com os seus dez metros de altura e cinco toneladas de bronze.
Curiosamente as estátuas de D. Pedro IV, quer a de Lisboa, quer a do Porto, foram criadas por artistas nascidos em França, o país onde eclodiu a grande Revolução liberal.
Presentemente, no pedestal, em dois baixos relevos de bronze, (os originais de mármore estão conservados no Quartel da Região Militar Norte) são representadas duas cenas da vida do homenageado.
Um deles representa o desembarque na praia do Mindelo, onde se vê D. Pedro IV a entregar a bandeira a Tomás de Melo Breyner. O segundo mostra a confiança e o carinho de D. Pedro, em relação ao Porto.
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