Abordar a vida e obra de um homem notável como Guerra Junqueiro é sempre um desafio delicado.
Abílio Manuel Guerra Junqueiro nasceu a 15 de Setembro de 1850, em Freixo de Espada-à-Cinta, passando grande parte da sua vida entre a Rua da Boavista e a Rua Santa Catarina, no Porto, sempre em casas alugadas, de tamanho reduzido.
A sua vida, sempre repleta de movimento e vivacidade é descrita por certos momentos mais marcantes e que de forma inconfundível retractam o homem.
Desde de muito cedo demonstrou o seu talento e vocação, publicando os seus primeiros versos em 1864, com apenas quatorze anos.
Os seus estudos foram marcados por certas tendências dominantes na personalidade do homem. Matricula-se em 1866 no curso de Teologia da Universidade de Coimbra, mas decide mudar para Direito dois anos mais tarde, curso que termina com 23 anos de idade.
A partir de então seguem-se as obras literárias entremeadas por poemas de ideias políticas, sociais e revolucionárias.
A sua intrusão nas lides políticas sempre se fez notar e em 1879 é eleito deputados por Macedo de Cavaleiros.
Casa-se então em 1880 com Filomena Neves, com quem teve duas filhas, Maria Isabel e Julia Francisca.
Guerra Junqueiro, homem de personalidade forte, perspicaz, alegre e com gosto pela vida.
Simples nos trajes mas cuidadoso na aparência, com seu bigode farto e olhar aquilino.
A força que o movia era a justiça e a convivência harmoniosa e livre entre os homens. Este, era o propósito, o sonho expresso nas suas obras literárias.
O homem veio a falecer, a 7 de Julho de 1923, em Lisboa deixando para trás o sonho de uma casa onde pudesse expor todas as peças que coleccionou ao longo dos anos e um maravilhoso espólio literário do qual se destacam: A morte de D. João, O crime, A fome no Ceara, os Veteranos da Liberdade...
Em 1940 o sonho tornou-se realidade, quando sua esposa e sua filha Maria Isabel doaram o palacete da Rua de D. Hugo nº15, à Câmara Municipal do Porto juntamente com um espolio de 600 peças que o escritor e poeta reuniu de diversas viagens que foi realizando, embora seja de salientar que o poeta nunca lá viveu, e que para a realização desta homenagem as suas habitações na Invicta foram consideradas demasiado pequenas para se ajustarem ao museu.
O edifício da Casa - Museu Guerra Junqueiro data de 1730 e pertenceu à família portuense dos Freire de Andrade.
É constituída por dois pisos. A fachada da casa revela-se ainda mais imponente, ostentando o brasão em granito trabalho, colocado sobre a porta principal, evocativo das famílias nobres que habitaram o palacete.
O referido palacete passou então de gerações em gerações até que em 1934 caiu na posse dos herdeiros de Francisco Sales Pinto de Mesquita, entre os quais se contava o Dr. Luís Augusto Pinto de Mesquita
Carvalho, marido de Maria Isabel Guerra Junqueiro, que no desejo de cumprir o sonho de seu pai comprou as restantes partes do palacete aos outros herdeiros e o doou à Câmara Municipal do Porto, com a condição de que nele fosse instalado o espólio de seu pai.
Após diversas fases de reconstrução e restauro o museu reabre em Dezembro de 1997.
Um espaço renovado, oferece acolhimento às pessoas que o visitam. Com uma cafetaria bastante agradável, uma sala para consulta das obras do Poeta e uma sala de exposições temporárias que visa a divulgação de diversas áreas actuais e de interesse publico.
Ao entrar no pátio Casa Museu-Guerra Junqueiro deparamos com a sua imagem, esculpida em bronze. No átrio da casa é a recepção, neste recinto encontramos então de um lado a cafetaria e do outro um espaço com postais, livros e diversas publicações da casa - museu.
Continuando a exploração do museu, deparamos ao fim de um pequeno lanço de degraus graníticos com as salas das pratas e de conferências. Subindo mais um lanço de escadas descobrimos algumas peças rigorosamente legendadas e as imagens de Maria Isabel e do poeta com alguns apontamentos biográficos de cada uma das imagens.
Já no segundo andar do edifício encontramos diversas divisões como a sala da Catedral, a sala de D. João V a sala de família, entre outras. Aqui estão expostas as peças que o poeta foi coleccionando ao longo da sua vida, salientando-se uma colecção de arte Sacra, faiança de Viana, pratos de Nuremberga, cerâmicas, mobiliário e muito mais.
Este constitui um lugar de passagem quase obrigatória para quem presa o encontro com a literatura e a natureza, pois muito embora se localize na cidade o sentimento que se nos desperta é o da ausência de stress e confusão que quotidianamente cerca os portuenses. É sem duvida um local aprazível e convidativo a momentos de reflexão e bem estar psicológico.
|
|
|
|
|
|
|
|
TRANSPORTES
Autocarros
Clique >> Mapa da Linha
HORÁRIO
Terça a sábado
10.00-12.30/ 14.00-17.30
Domingo
14.00-17.30
Encerra segundas e feriados
PREÇOS
2 euros |
|
|
|
|
|
|
|