A Casa do Infante foi erguida na zona histórica do Barredo, em S. Nicolau e é considerada um dos edifícios mais antigos da cidade do Porto.
Pensa-se que esta torre provém do Séc. XIII, isto devido ao tipo de janelas primitivas que ainda são visíveis.
A disputa entre a Coroa e o Bispado sobre o controlo marítimo e fluvial leva o rei a adquirir várias propriedades na zona ribeirinha para aí instalar os oficiais da Coroa que, inspeccionavam os produtos transaccionados e cobravam os respectivos direitos. Na sequência disso, D. Afonso IV decide mesmo promover a construção de um armazém destinado a Alfândega. Nesta mesma área ficariam também localizadas a Casa da Moeda, já em funcionamento no reinado de D. Fernando, a Contadoria da Fazenda e diversas casas de habitação para funcionários régios. A torre da Contadoria situava-se ao lado da alfândega, na parte noroeste. A Casa da Moeda desenvolvia-se para oriente, em redor de um grande terreiro, estando o seu edifício principal e pórtico de entrada virados à Rua Nova.
O primeiro “Almazem” ou Alfândega sofreu obras de ampliação no século XV e, depois, no século XVII-XVIII. A fachada primitiva era virada a ocidente, mas muito mais recuada que a actual. O edifício original de planta rectangular, coincidia com o actual pátio e espaços adjacentes. Nestes últimos, há importantes trechos de silharia medieval, a qual se prolonga para cima dos actuais telhados. Uma série de elementos provam, que inicialmente, havia duas altas torres ligadas por um pátio central. Apareceram também vestígios das paredes limítrofes e das portas de ligação do pátio com o exterior.
Apesar de ter havido obras de certa envergadura durante o século XV, a insuficiência do espaço de armazenamento da Alfândega agravou-se com o rápido incremento do comércio marítimo. Em 1565 foram feitas reformas no edifício, mas sabe-se pouco a seu respeito.
A partir de 1677, desenvolve-se um programa de ampliação mais vasto, cujo início ficou assinalado por uma inscrição colocada no pátio interior. A tendência de ir somando novos espaços aos já existentes desaparece e começa a ver-se o edifício como um todo.
A fachada principal é ampliada com mais dois pisos, concentrado-se aí a maior parte dos serviços deslocados das torres.
O armazém interior (o actual salão central) foi organizado em três naves com altas arcarias, o qual garantiu uma maior fluidez na ocupação. O último corpo, com a fachada virada para o interior dos armazéns, constituí uma das zonas de maior significado nesta reforma, já numa 2a fase, talvez no terceiro quartel do século XVIII.
A “fachada” oeste deste corpo foi enriquecida com uma escadaria interior, de lanço único. Este enriquecimento, que continua nas largas aberturas simétricas ao eixo da escadaria, parece justificar-se pelo desejo de dignificar o local onde eram desempenhadas as principais funções administrativas da Alfândega. A cave deste corpo do edifício ampliava a zona destinada a armazenagem, provavelmente neste caso para os produtos retidos por parte da Coroa na sequência da aplicação da dízima e demais impostos. A casa do selo ter-se-á instalado no ângulo sudeste do salão central, onde subsiste um dispositivo para colocação de dois foles e uma fornalha, servida de uma grande chaminé.
Na sequência da reforma seiscentista, as instalações da Casa da Moeda, que entretanto tinha sido desactivada, sofreram uma redução na sua área, que foi temporariamente usada como celeiro público. A cunhagem régia foi retomada em 1688, cingindo-se agora a Casa da Moeda à metade oriental, em redor de um pátio mais pequeno, mas mantendo-se a entrada primitiva.
Até à primeira metade do século XIX não foram realizadas obras de grande significado. Porém, anos mais tarde e quando se pensava na transferência da Alfândega para outro local, surgiram novos armazéns, no interior e no ângulo sudoeste do quarteirão, construídos por privados. Com a construção da Alfândega Nova, em Miragaia, as antigas instalações foram abandonadas, mantendo o Estado os armazéns interiores e alienando a propriedade do corpo da frente.
A tradição que relaciona o nascimento do Infante D. Henrique com este local levou ao descerramento de uma lápide sobre a entrada principal, no ano de 1894. A iniciativa partiu da Comissão Henriquina, à qual se associou a Câmara, tornando assim definitiva designação de “Casa do Infante”, atribuída ao edifício. No final de oitocentos inicia-se a última fase de transformações, que se prolongou durante as primeiras décadas do século XX. A fachada foi remodelada, sendo-lhe acrescentado um andar. A classificação da Casa do Infante como monumento nacional dá-se em 1924. No final dos anos 50. O edifício, cujo corpo posterior se encontrava arrendado voltou para a posse do Estado e da Autarquia. Entre 1958-1960 sofreu um profundo restauro, orientado pela Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, sob direcção do arquitecto Rogério de Azevedo.
O Arquivo Histórico Municipal do Porto foi fundado em 1980, em substituição do antigo Gabinete de História da Cidade. Conserva a documentação produzida pela Câmara Municipal do Porto desde a Idade Média, bem como diversos artigos de ordem particular e colecções. O seu acervo inclui numerosas séries manuscritas, pergaminhos, códices iluminados, desenhos, fotografias, etc. Como complemento informativo, o serviço dispõe de uma biblioteca auxiliar com cerca de 5000 publicações impressas e, ainda, colecções de postais antigos, gravuras, cartazes, etc., sobre temas portuenses. Compete-lhe receber, organizar e criar instrumentos de acesso à documentação; criar condições de acessibilidade do público aos documentos; promover a divulgação do seu acervo e de temas de História da Cidade.
Atendimento aos serviços administrativos: incorporação de documentos; prestação de informação de carácter administrativo; resposta e requisições credenciadas de documentação para fins administrativos.
Atendimento aos munícipes: consulta e venda do Boletim Municipal, posturas e regulamentos; informações administrativas através dos serviços competentes. Leitura: o serviço possui uma sala para consulta aberta aos serviços camarários e a investigadores cuja admissão está sujeita a autorização prévia.
No espaço museológico, designado como “Torre Norte”, organizado por três pisos, encontram-se expostos objectos achados nas escavações arqueológicas e pode aceder-se a informação sobre o edifício e a cidade através de uma reconstituição vídeo, em imagem virtual, vários postos multimédia, merecendo especial destaque a maqueta do Porto Medieval à escala 1:500.
De realçar ainda, na parte aberta mais recentemente ao público, temos os primeiros pavimentos de mosaico romano da cidade, a ara dedicada aos Lares Marinhos, o espaço oficinal da Casa da Moeda e a ocupação de toda aquela área na época moderna e contemporânea.
Esta última zona expositiva, alude simbolicamente à Rua Nova, a importante artéria rasgada em finais do séc. XIV, depois chamada Rua dos Ingleses e que constitui hoje a Rua Infante D. Henrique.
Uma evocação do Infante D. Henrique seria inevitável na Casa que dele guarda o nome, e assim se fez, concretamente através da memória das comemorações henriquinas de 1894, evento que consolidou a tradicional imagem da ligação do Infante à cidade do Porto.
O Arquivo Histórico Municipal do Porto inclui um outro espaço, conhecido por Sala Memória, que é usado para visitas em grupo, durante as quais se evocam espaços e figuras que, ao longo do tempo, contribuíram para o desenvolvimento do cartório do município e para preservar o seu rico património documental.
Preço Entrada
2,06 euros
Portadores de Cartão-jovem: 1,00 euro
Gratuito para crianças até aos 14 anos, adultos com mais de 65 anos, estudantes, professores, sócios do ICOM e da APOM, portadores de Passe Caloiro e Passe Porto.
Horário
Terça a Sábado, 10h00/12h30 (últimas admissões até às 12h00) e 14h00/17h30 (últimas admissões até às 17h00);
Domingos, 14h00/17h30 (últimas admissões até às 17h00) Encerra às Segundas e feriados |
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