A sua história remonta porém, pelo menos, ao séc. XVII: em 1651, o Padre. Baltazar Guedes funda, nestes locais, o Seminário dos Meninos Órfãos ou Colégio da Graça, junto à Igreja da Graça.
O edifício foi construído, em 1803, para a Real Academia da Marinha e do Comércio, depois Academia Politécnica. Com a reforma de 1911 passou a Faculdade de Ciências.
A construção iniciou-se durante a regência de D. João VI, antes da primeira invasão francesa e terminou só em finais do século XIX. O edifício, de estilo neoclássico, de planta rectangular, com a entrada principal voltada para a Praça Gomes Teixeira.
O actual edifício tem uma longa história e testemunhou alguns dos dramáticos acontecimentos vividos pela Cidade ao longo de todo o século XIX e nas primeiras décadas do século XX.
A fachada principal é aberta, no andar térreo, por portas de arcos plenos, providas de grades de ferro. Os arcos formam um pórtico que antecede o vestíbulo.
No primeiro andar, sobre o qual corre um mezanino, tem algumas janelas (as três centrais e as duas últimas de cada um dos lados) decoradas com balaustres.
A parte central, saliente, é composta por quatro colunas dórico-romanas e um frontão triangular que se apoia nelas. O tímpano do frontão tem as armas Reais da última dinastia e varandas balaustradas.
A fachada principal é rematada a todo o comprimento por um ático fechado com renques de balaustrada em meio relevo.
No interior, o amplo vestíbulo, pavimentado a mármore, dá para uma escadaria dupla, de granito, em cujas paredes laterais se vêem pinturas de Veloso Salgado, executadas em 1917.
No Salão Nobre, decorado com estuques dourados, existem também pinturas murais do mesmo artista.
Entre as pinturas das escadas, sobressai o busto, em bronze, do Professor Gomes Teixeira.
No vão das escadas, em frente à entrada norte (Praça dos Leões) existe um modesto monumento, ali colocado em 1948 consagrado aos estudantes da Universidade mortos durante a I Guerra Mundial, obra do escultor João Silva.
Instalados no edifício estão o Museu de Zoologia (Dr. Augusto Nobre), o Museu de Arqueologia e Pré-História do Instituto de Antropologia (Dr. Mendes Correia) e o Museu de Ciências Geológicas (organizado pelo Dr. Venceslau de Sousa Pereira Lima).
O Museu de Zoologia foi criado em 1931, tem fauna continental, insular e ultramarina, tendo duas salas exclusivamente dedicadas a uma colecção de Ornitologia.
O de Arqueologia tem peças paleolíticas, cerâmica e machados da Idade do Ferro e numismática hispano-árabe e ibérica.
Por último o Museu de Geologia, bastante prejudicado com o incêndio que atingiu o edifício da Faculdade de Ciências em 20 de Abril de 1974, que destruiu etiquetas, inventários e vários exemplares. As medidas tomadas pelo Professor Montenegro de Andrade, permitiram salvar o essencial do conjunto das colecções.
Na época em que departamentos da Faculdade vão sendo transferidos para novos edifícios no Campo Alegre, é oportuno recordar que o edifício central da Faculdade de Ciências tem, entre outros títulos de nobreza, o de ter acolhido, no seu início, muitas outras importantes Escolas de Ensino Superior da cidade do Porto.
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