Esta casa localiza-se junto à muralha antiga do burgo, onde ainda é visível um dos lanços da primeira cerca medieval.
A sua existência está envolta de diferentes épocas históricas algures entres os séculos XVII e XIX.
O edifício original parece ter sido construído por dois corpos homogéneos, unidos por um pátio central. Tal como se pode ver actualmente parece ser uma obra do século XIX. A casa gótica contígua foi destruída, mas do lado exterior do prédio em restauro pode ver-se toda a parede sul, que se manteve porque foi incorporada pelo prédio mais recente. Sobrevivem também uma porta e uma janela cuja disposição nos permite imaginar que o espaço agora ocupado pelo prédio oitocentista estivera a céu aberto, situação que se inverteu.
A casa aproveitou a parede medieval, que sofreu profundas transformações a partir do século XVII. A frontaria oeste parece ter avançado para o actual alinhamento da rua. No seu cunhal conserva-se uma pilastra da época (século XVII). A pilastra e a parede seiscentista foram alteadas, por suas vez, no século XIX.
Nos anos 80, foram feitas escavações arqueológicas, no interior do edifício porque se supunha que no seu subsolo existiriam dados importantes sobre a origem do povoado.
A existência de uma zona com forte contenção de terras fazia admitir (como se provou mais tarde), a possibilidade da estratigrafia se ter mantido aqui com grande clareza, permitindo uma fácil identificação das diversas fases de ocupação. As escavações vieram a revelar uma ocupação antiquíssima, remontando ao século IV - V a.C. Além disso, vieram a comprovar a hipótese acima referida de que na Idade Média o espaço tinha uma diferente utilização. De facto, apareceu o pavimento de uma rua secundária que ligava directamente à muralha e pela qual se acederia à porta da casa gótica hoje demolida e cujo muro sul permanece incorporado no prédio restaurado.
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