A Estação de S. Bento, que serve principalmente a linha de ferroviária do Douro, foi construida no local do Convento de S. Bento da Avé-Maria, que foi totalmente demolido para dar lugar a este novo edifício.
A criação de uma estação impunha-se faltando apenas definir o local e uma vez que o Convento se encontrava em degradação a Câmara aprovou o projecto e em Janeiro de 1888 a Direcção dos Caminhos de Ferro foram autorizadas a estudar o prolongamento da linha de Campanhã até às proximidades da Praça da Liberdade.
Assim procedeu-se à abertura dos túneis da Quinta da China, do Monte do Seminário e das Fontainhas. Foi exactamente a abertura destes túneis que ditou a demolição do mosteiro.
Em 7 de Novembro de 1896 chega o primeiro comboio, ainda sem estação, este acto marcou a inauguração oficial da linha férrea.
Contudo a construção da estação como a conhecemos só teve inicio a 22 de Outubro de 1900, estávamos no reinado de D. Carlos e de Dª Amélia que presidiram ao assentamento da primeira pedra da nova estação, que manteve parcialmente o nome do antigo Convento - S. Bento.
Em Agosto de 1915 foram assentados os azulejos na gare da estação. No total 551 m2 de superfície a decorar com os mais belos painéis do género existentes em Portugal.
Cada painel representa uma cena da história nacional. Neles podemos encontrar: a entrada triunfal de D. João I e o seu casamento com Dª Filipa da Lencastre no Porto, em 1386, a conquista de Ceuta, 1415 e o Torneio de Arcos de Valdevez,1140.
Noutros porém encontramos cenas campestres e aspectos etnográficos como são exemplo a procissão da Nossa Senhora dos Remédios, em Lamego, a romaria de S. Torcato, em Guimarães, uma Vindima, a Feira do Gado, uma Azenha, o Transporte do vinho num barco rabelo, no Douro...
No alto das paredes podemos ainda ver um lindo friso multicolor evocativo da história da viação nacional, desde os primórdios até à chegada do primeiro comboio a Braga.
O edifício foi solenemente inaugurado em 1916, está concebido em forma de U, com dois pavimentos que dão para as ruas da Madeira e do Loureiro, estando a fachada principal voltada para a Praça Almeida Garrett.
Interiormente integra uma gare com oito linhas terminais e cinco cais, para armazenamento de mercadorias tudo coberto por uma enorme mas artística estrutura metálica.
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