Situada no meio da Rua S. Bento da Vitória, este templo pertenceu aos monges beneditinos, sendo construída no século XVII no local onde outrora existia uma sinagoga.
A fachada é larga e monumental, limitando-se a sua decoração a molduras, com grande predomínio da linha recta. Tem uma divisão de quatro andares, sendo um marco do nascimento de um novo estilo, seiscentista/renascentista, que veio introduzir novas concepções na decoração aliadas a uma estrutura sóbria de fachadas simples.
Guardando o templo, na sua parte térrea encontramos separados por pilastras gémeas, cinco arcos de volta inteira. No gradeamento do portão central, vêem-se armas da Ordem de S. Bento.
Subindo um pouco deparamos com as esculturas de S. Bento, Sta. Escolástica e Sta. Gertrudes, abrigadas por nichos com sobrecéu em forma de concha.
Elevando a cabeça ao céu encontramos um janelão jesuítico de grandes dimensões que ilumina o coro alto do templo, acima e correspondendo às dimensões do janelão, o ultimo piso, ladeado por pirâmides, tendo ao centro um nicho que resguarda a imagem de Nossa Senhora da Vitória.
Os dois andares superiores fecham e ocultam a abóbada da nave. Cerca de doze metros atrás da frontaria, sobre as capelas laterais, estão as torres com cúpulas de tijolo.
O templo cruciforme está coberto por uma abóbada.
A preceder a nave existe um átrio, com abóbada de tijolo, na qual se firma o coro alto, decorado com belíssimos baixos-relevos estofados, nela foram também depositados dois órgãos do século XVIII. A decoração mural do coro alto, sobreposta aos cadeirais, é das melhores do país. Compõem-na trinta quadros de madeira esculpida em alto relevo, dispostos em duas filas e emoldurados com talha rococó. Fecha o coro um balcão balaustrado, obra da primeira metade do século XVII.
O interior da igreja esteve revestido a azulejos seiscentistas, dos quais restam apenas alguns no Museu Municipal e nas casa adjacentes ao convento.
Seis arcos plenos abrem para as capelas laterais, cobertas de abóbadas apaineladas.
Antecedem-nas pequenas balaustradas de pau preto e grades de ferro fundido (modernas).
Em três destas capelas existem retábulos de talha barroca da segunda metade do século XVII.
A capela-mor é toda abobadada e decorada por caixotões almofadados, tem seis janelas com sanefas entalhadas e grades de ferro. O retábulo em talha barroca-dourada assenta num embasamento de pedra.
No corpo elevam-se dois púlpitos com portas rematadas com imagens.
A nave do cruzeiro possui uma abóbada compósita: no centro esférica, e nos ramos cilíndrica.
Nos topos existem grandes retábulos de talha dourada barroca, que sobe até às cornijas.
Os retábulos colaterais são também em talha barroca, mas mais modestos.
A cobrir o arco cruzeiro, assente em pilastras dórico-romanas, há uma sanefa de talha rococó, com o brasão da Ordem de S. Bento.
O aceso à sacristia faz-se pelo corredor largo forrado por azulejos oitocentistas, realçando-se um lavatório com duas bicas, em granito e de estilo Barroco.
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