A primitiva igreja de Nossa Senhora da Vitória foi edificada por volta de 1539 pelo bispo D. Fr. Marcos de Lisboa. Esta igreja quinhentista foi erguida no local da antiga Judiaria Nova, no Olival, derivando desse facto, segundo alguns historiadores, o nome que lhe foi dado, para simbolizar a vitória da religião cristã sobre a judaica.
"A construção dessa primeira igreja parece estar relacionada com um compromisso estabelecido, no princípio do século XVI, entre a Vereação da Câmara e os mercadores de roupas feitas e usadas (os adeleiros). Estes mercadores, estabelecidos em grande número na Rua de S. Miguel (uma das mais importantes da Judiaria desse tempo), tinham-se mudado para a zona da Ribeira, pensando que lá lhes correria melhor o negócio, por ser um lugar muito mais frequentado. Como este objectivo não foi bem sucedido, decidiram regressar à Rua de S. Miguel (já depois de extinta a Judiaria, em 1496), mas esse regresso levantou algumas divergências entre os próprios mercadores, querendo alguns deles permanecer na Ribeira, ao que se opunham os outros. O rei teve de intervir e a questão foi resolvida. Os mercadores (cristãos novos na sua maioria, ao que parece) ter-se-ão então comprometido a oferecer dinheiro para que a rua fosse pavimentada e edificado um templo nesse local; este será a referida igreja primitiva de Nossa Senhora da Vitória. "
O actual templo paroquial foi construído, entre 1756 e 1766, para substituir o anterior, pequeno e arruinado. A sua construção foi concebida com dinheiro do bispo D. Fr António de Sousa e com as esmolas dos fiéis, foi benzida em 1769, durante a vacância da Sé (l7661770). No período do Cerco do Porto (l832-34) a igreja foi frequentemente alvejada pela artilharia dos miguelistas postados em Gala, sofrendo consideráveis estragos. Motivo que levou, a partir de 1832, os serviços paroquiais a se transferirem para a vizinha igreja conventual de S. Bento da Vitória. Findo o Cerco, só em 1852 terminaram as obras de reparação na igreja paroquial. Em 1874, um incêndio destruiu o altar de Nossa Senhora da Vitória, aproveitando-se então para se dourarem os retábulos e se fazerem algumas alterações no interior da igreja, substituindo-se algumas das suas decorações mais características.
"Construído em estilo clássico com influências jesuíticas, este templo setecentista apresenta uma fachada simples mas agradável, toda em cantaria; abre-a um portal com colunas coríntias, que sustentam um frontão circular aberto, onde se insere o brasão dos Sousa e Arronches (família a que pertencia o bispo que a construiu); no centro da parte superior situa-se um grande janelão gradeado, ladeado por dois nichos sem imagens, encimados por frontões fantasiados. Remata a frontaria um frontão triangular, em cujo tímpano, no centro, figura um sol, alusivo, provavelmente, à Virgem padroeira. A torre, situada entre a nave e a capela-mor, tem base quadrada e termina numa vistosa cúpula piramidal, de pedra, ornada com fogaréus nos cantos. A nave, revestido de estuque, é coberta por uma abóbada de tijolo, sustentada por vários arcos; as quatro capelas laterais têm retábulos de talha rococó, idêntica à que reveste o arco cruzeiro, os púlpitos e duas grandes sanefas. No altar de Nossa Senhora da Vitória existe uma bela imagem da Virgem, em madeira, esculpida por Soares dos Reis (à qual a confraria mandou cortar a face, guardada presentemente no cartório paroquial, por não a achar convenientemente «religiosa», substituindo-a por outra feita por um santeiro). A capela-mor, de silharia e tecto de estuque, tem um notável retábulo de talha rococó, do século XVIII, muito superior à dos restantes ornamentos. "
Do tesouro desta igreja destaca-se um pálio de lhama de prata, com as armas, bordadas, do bispo D. Fr. António de Sousa, e alguns bons móveis do século XVIII.
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